Como o cérebro registra os traumas psicológicos
- Sávio Venâncio
- 26 de fev. de 2024
- 2 min de leitura

O trauma pode ser registrado no cérebro de várias maneiras e afetar diferentes regiões do sistema nervoso. O cérebro processa e armazena informações de maneira muito complexa, e o trauma pode deixar marcas duradouras.
Alguns mecanismos neurobiológicos de como o trauma pode ser registrado no cérebro envolvem:
Amígdala: A amígdala é uma parte do cérebro envolvida na resposta ao medo e na formação de memórias emocionais. Durante eventos traumáticos, a amígdala é ativada e pode codificar memórias emocionais intensas associadas ao trauma.
Hipocampo: Esta região do cérebro desempenha um papel importante na consolidação das memórias. Em situações de estresse extremo, a atividade do hipocampo pode ser prejudicada, o que afeta a capacidade de processar e armazenar as memórias de forma coerente e contextual.
Córtex pré-frontal: O córtex pré-frontal é a parte do cérebro responsável pela regulação emocional, tomada de decisões e processamento cognitivo. Em momentos de trauma intenso, o córtex pré-frontal pode ser temporariamente inibido, o que afeta a capacidade de processar racionalmente o que está acontecendo.
Resposta neuroquímica: Durante situações traumáticas, o cérebro libera hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina. A exposição prolongada a esses hormônios do estresse pode afetar a estrutura e a função do cérebro, especialmente quando o trauma é crônico.
Neuroplasticidade: O cérebro é capaz de modificar sua estrutura e função ao longo do tempo, um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. O trauma pode alterar a conectividade entre neurônios e influenciar os circuitos cerebrais, afetando a maneira como as informações são processadas e interpretadas.
Associações e gatilhos: As memórias traumáticas podem estar associadas a vários gatilhos sensoriais, como sons, cheiros, imagens ou situações específicas. Esses gatilhos podem reativar a resposta ao trauma, desencadeando reações emocionais intensas.
A forma como o cérebro registra o trauma pode variar de pessoa para pessoa, e fatores como a natureza do evento traumático, a idade em que ocorreu, a duração e a intensidade do trauma podem influenciar a forma como as memórias traumáticas são processadas e armazenadas.
Trabalhar com profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, pode ajudar a pessoa a processar, entender e lidar com os traumas, permitindo a reestruturação dessas memórias e a redução dos efeitos negativos associados ao trauma no cérebro, na mente e no bem-estar geral.
E lembre-se: trauma tem Cura!